Deuses Americanos – Neil Gaiman

Após esse tempo de férias, tanto da escola quanto do site, devo admitir que minha vida de leitor não foi tão ativa quanto desejei que fosse. Mas enfim, ao menos consegui terminar um livro que há muito tenho custado a ler, Deuses Americanos, de Neil Gaiman.

Após tantas críticas boas em relação a Gaiman e a boa experiência com o filme Coraline, que é baseado em seu livro homônimo, resolvi começar a ler e conhecer um pouco mais de suas obras. Como ele é considerado um escritor , com certeza rende ótimas críticas para si, e bem merecidas, como irei explicar mais à frente, há ainda sua obra magistral, Sandman, que eu ainda não tive a oportunidade de ler.

Neste livro, Gaiman teve uma ideia que eu achei simplesmente fantástica: ele parte da premissa de que na colonização da América cada povo trouxe tanto seus deuses quanto sua cultura. Com o passar do tempo esses deuses foram sendo esquecidos e foram perdendo lugar para os novos que foram chegando – tecnologia, televisão, redes de fast-food, tudo o que a América oferece ao mundo. E os deuses antigos foram obrigados a viver uma vida “normal” entre os humanos para poder sobreviver. E isso é o mais incrível nessa história, a crítica que ele faz ao modo de vida americano que eles tanto gostam de se gabar e exportar para os outros países e outras culturas. A história faz uma comparação fantástica que eu nunca parei pra imaginar: o protagonista, ao ter uma conversa com uma estrela de televisão, pergunta como seria possível eles serem deuses. Ela responde dizendo que antes as pessoas faziam suas oferendas às suas divindades de diferentes formas – animais, objetos, etc – e agora as famílias se reúnem em frente à televisão para prestar suas preces, ou seja, oferecem seu tempo e seu dinheiro. Um ponto negativo é que em alguns momentos você fica por fora das piadas, pois várias delas são feitas no contexto do EUA.

O livro conta a história de Shadow, um cara bastante grande – como todos deixam claro ao conhecê-lo – que está preso, por ter feito algumas coisas que não irei falar, e deseja sair e voltar para sua esposa. Após alguns acontecimentos ele começa a trabalhar para um homem chamado Wednesday, o qual descobrimos mais tarde ser um deus. Eles então começam uma jornada para conseguir um exército de deuses para combater as novas divindades que estão surgindo.

Basicamente é isso, mas devo dizer que fiquei decepcionado com algo, os que forem ler talvez também sintam falta. Recentemente fiquei sabendo de que o livro seria adaptado para as telas pela HBO, e junto com essa notícia veio outra de que uma continuação do livro estaria a caminho, o que abre espaço para a imaginação em relação ao que virá a seguir.